Em matéria especifica desse assunto relacionado com bicudos, contaremos com um artigo do nosso amigo Aloísio Tostes. Então vamos partir de um início que você possui uma ave de potencial e quer testá-la na roda. Já foram observadas as qualidades de velocidade, retomada, extrema fibra, e é um pássaro que precisa de um aporte para que vá à roda com mais segurança, e possa obter uma performance melhor. Naturalmente será tentado um acasalamento com ele. E como descobrir qual é a melhor fêmea para aquele macho? Porque existe a individualidade de cada ave, e nem sempre uma fêmea que pode ser boa para um, será para outro. Uns gostam de fêmeas mais quentes, outros de mais frias, e isso o criador deverá descobrir. O bicudo “Jequitibá” também teve o óbito de sua fêmea e ficou algum tempo sem cantar. Foi então quando seu proprietário Wagner Triginelli, passou ele numa parede com muitas paredes, mostrando a gaiola fêmea por fêmea, até que para uma fêmea ele descarregou, saiu cantando, e logo escolheu essa fêmea. Outro exemplo é o coleiro “Fantoche” é um coleiro que gosta de fêmea mais frias, mansas. E a mexida dele é soltar junto com a fêmea alguns minutos antes de ir para a roda. Todas as outras mexidas não foram tão eficientes em seus resultados. Quando uma ave possui uma fêmea por alguns anos, e a fêmea morre, existe um luto, e esse luto é um período que deve ser respeitado. Nesse caso o acasalamento fica mais difícil, e a paciência deve ser maior ainda. Sabemos de casos de grandes aves que por causa disso tiveram seu rendimento extremamente baixo e algumas nunca mais voltaram a ser o que eram nas rodas. Dentro desse princípio, fica a proposta dessa matéria, e que os criadores tomem muita atenção também com os cuidados com a fêmea, alimentação, manejo e consultas regulares ao veterinário. Porque praticamente a ave que é um campeão de roda, faz um conjunto com sua fêmea, e a perda de um será implicada praticamente como a perda dos dois. O casal será desfeito e provavelmente a performance da ave durante o luto será muito comprometida. Em todo esse processo devemos evitar soltar junto com as fêmeas, pois existem machos bravos e fêmeas bravas. Toda vez que for escolhida uma nova fêmea, aconselhamos que se faça exames clínicos, através de um médico veterinário ou exame de fezes. Esse tipo de ação é um seguro para a ave competidora e também para sua fêmea, e caso haja algum problema, essa relação mais próxima entre o novo casal poderá facilitar a contaminação por um algum eventual patógeno que esteja manifestado, ou mesmo escondido, incubado em algum dos dois.
Naturalmente, um dia, todos os passarinhos virão a óbito, e pode ser que uma fêmea venha a óbito antes do macho. Então outra dica que podemos dar, é produzir um material digital dessa fêmea. Grave filmes da fêmea em diversos ângulos, com ela piando, pulando e voando, em momentos de uma vida normal, juntamente com o áudio de seus chamados e pialados. Esse material pode ser utilizado no futuro como uma ferramenta extra no manejo de seu passarinho. Então que fique registrado essa dica importantíssima, para uma eventual falta da fêmea, você pode reproduzir os vídeos para o macho ter uma melhora de resultado na roda. É incrível, por experiência própria, como os pássaros reagem a vídeos e imagens de outros pássaros, mesmo reproduzidos por celular. Eles têm uma impressão extremamente real, como se estivessem literalmente vendo pássaros vivos. Outra tentativa que pode ser feita, é um intercalar de fêmeas. Mas é claro, observando o resultado com o macho, trocando as fêmeas a cada viagem, a cada torneio, a cada final de semana. Isso fará com que o macho se sinta poligâmico, que possui várias fêmeas, e na eventual falta de alguma fêmea isso não implicará numa queda de performance, pois ele já estaria acostumado com uma substituta. A reprodução do vídeo durante um processo de acasalamento pode ser algo extremamente interessante. Porque se você mostrar uma nova fêmea para o passarinho e naquele momento reproduzir o som da antiga, daquela que ele era apaixonado, ele pode associar essa nova fêmea à sua antiga – e isso seria um estimulo positivo, pois eles agem por instinto e condicionamento, e é o que tempos de fazer com elas, controlar seu condicionamento. As fêmeas sempre devem ter seu peso controlado, pois o peso faz com que elas fiquem mais ativas ou menos ativas. E isso pode, com o tempo, se houver um ganho de peso, fazer com que o comportamento dela seja comprometido, e seu macho terá a performance também comprometida. Muitas vezes o passarinho deixa de cantar e seu rendimento diminui. O criador não sabe o que houve pois não fez nada de diferente, nada de errado, mas seus passarinhos mudaram o comportamento por questões biológicas. Ganho de peso pode ser muito prejudicial, sem contar que também prejudica a saúde da ave. Sendo assim, esse controle de peso, também deve ser feito com o macho, já que o pássaro de roda deve ter o treinamento e condicionamento de um atleta, para que durante as 4 ou 5 horas de competição ele venha a se cansar muito pouco. Devemos lembrar que os passarinhos que ganham a roda são os que se cansam menos. A fadiga é o fator determinante no resultado de um torneio. |