Capri Online - Edição Nº 42

em 20 de Agosto de 2019

Matérias


Quando falamos em um Tiziu, logo voltamos à nossa infância, onde víamos vários indivíduos saltando em terrenos baldios, campos ou áreas de capinzais. O tempo foi passando e esse tipo de habitat foi ficando cada vez mais escasso, com cada vez menos áreas verde, campos de terrenos baldios (sem habitação), aos nossos olhos parece que os tizius sumiram. 

Quando falamos em um Tiziu, logo voltamos à nossa infância, onde víamos vários indivíduos saltando em terrenos baldios, campos ou áreas de capinzais. O tempo foi passando e esse tipo de habitat foi ficando cada vez mais escasso, com cada vez menos áreas verde, campos de terrenos baldios (sem habitação), aos nossos olhos parece que os tizius sumiram.

 

O tiziu uma paixão nacional, quem nunca teve um tiziu?

 

Ou nunca admirou esse pequeno pássaro dando inúmeros saltos dentro de uma gaiola? Pois bem... Agora o tiziu é criado em domesticidade e nesta matéria, vamos desvendar tudo sobre a criação dessa magnifica ave em ambiente cativo. Manejo, alimentação, reprodução, trato aos filhotes são alguns dos assuntos que vamos abordar. Por natureza, o tiziu é um pássaro extremamente territorialista em época de reprodução. Os machos possuem fibra de dar inveja a alguns trinca-ferros.  

A CRIAÇÃO  

A criação de tiziu em ambientes domésticos é algo relativamente novo, porém, alguns criadores estão apostando e criando essa magnifica espécie em cativeiro. A criação em domesticidade por ser algo novo, nada comparado ao curió que já vem há mais de 30 anos sendo reproduzido e sua genética cada vez mais aperfeiçoada, faz com que criadores que desejam reproduzir essa ave esbarrem na dificuldade de encontrar boas matrizes e outros criadores para trocar genética, fato esse que faz tudo ser mais demorado. Para quem estiver iniciando uma criação, a melhor forma de criar o tiziu e obter resultados mais rápidos é a poligamia, pois assim conseguimos cruzar diversos machos em poucas fêmeas e construir um plantel com mais opções de cruzas futuras.

Embora também dê para criar em monogamia, porém a produtividade e o manejo ficam prejudicados, sem falar que, para quem busca uma criação de alta qualidade o melhoramento genético fica muito mais demorado.

Para iniciar uma boa criação, o melhor caminho é adquirir fêmeas de boa procedência e sempre pássaros nascidos em cativeiro, pois esses já não possuem o instinto selvagem e procriam com muito mais facilidade em gaiolas. Sem falar na qualidade genética que já vem sendo aprimorada.

A criação do tiziu em ambientes domésticos vai de agosto a fevereiro, sendo que possui uma “segunda” temporada, fazendo com que alguns indivíduos reproduzam em meados de junho a julho. Porém, as literaturas dizem que se reproduzem o ano inteiro em regiões quentes. 

 

 MATURIDADE SEXUAL

Os filhotes de tiziu são muito precoces. As fêmeas atingem a maturidade sexual com 1 ano de vida, porém não se espante se ver fêmeas com 6 meses prontas. Os machos com aproximadamente 9 a 10 meses, já estão aptos a galar e encherem os ovos, existem pardos que galam com aproximadamente 6 meses, mas dificilmente fecundam os ovos.  

 

COMO DEVO COMEÇAR UMA CRIAÇÃO ?

“Recomendo para quem deseja iniciar uma criação adquirir no mínimo 3 fêmeas e 2 machos, sendo assim, nas próximas temporadas o criador terá algumas opções de cruzas, e assim poderá fazer uma seleção de qual cruza deu melhores resultados e até trabalhar em um melhoramento” Explica Luiz Henrique

“A gaiola para reprodução pode ser de medias variadas, dependendo do espaço fisíco que cada pessoa possui. No começo da criação, usávamos pequenas voadeiras de 60cm, com o passar do tempo e com a introdução de filhotes na criação, fomos adaptando para gaiolas menores isso facilitou o manejo reprodutivo e o manejo dos filhotes”, Explica Paulo Donin.  Como devo observar em um galador ? 

 “bom, para se avaliar um galador, pode-se usar diversos critérios desde a qualidade do canto, fibra, disposição para cantar e até capacidade de retomada no canto. No entanto, é muito importante observar a parte fisiológica do animal.  Nunca compre machos que estejam com excesso de peso ou com acúmulo de gordura na região genitália. Isso com certeza é um dos fatores que causam infertilidade em um macho. No nosso criatório, avaliamos o macho pela disposição de cantar e fibra, além do comportamento reprodutivo. Não existem torneios regulamentado de tiziu, mas existem as famosas “badernas” como se fosse um minitorneio e nesse também existe marcação, como no coleiro trinca-ferro, ganha o pássaro que cantar mais vezes em um determinado espaço de tempo, porém só são validos canto de pulo. 

CANTO

O canto do tiziu não sofre variações do dialeto, mas sim o tom e intensidade do canto. Uns cantam mais agudo, outros cantam alto ou baixo... mas o dialeto sempre é tiziu, porém existem pessoas em encartam o canto de outros pássaros nele, como no caso do coleiro “tui-tui”, o tiziu tem facilidade em pegar esse tipo de cantoria se ensinado ainda filhote. Os jovens machos com menos de 2 meses de idade já estudam o canto intensamente e com aproximadamente 3 meses alguns indivíduos já estão cantando de pulo. Fêmeas não cantam. 

 

COMO APRONTAR AS FÊMEAS

A melhor forma de aprontar as fêmeas é oferecendo bastante quantidade e variedade de alimentos, como por exemplo, insetos que são fonte de proteínas, além disso, devemos estimular as fêmeas com ninhos e palhas, os machos devem ficar próximos as fêmeas, porém sem contato visual, quanto mais o macho estiver cantando, mais a fêmea se sente estimulada. Sempre uma a duas vezes por dia, mostre o macho a fêmea e note o comportamento da fêmea, quando ela começar a machear é um sinal de que ela está ficando pronta, certamente, quando começar com esse comportamento pedirá a gala em poucos dias.  

Fonte:Passarinheiros & Cia: Edição nº 58

POSTURA

“A postura do “Tiziu” é muito parecida com outras aves criadas em cativeiro, como por exemplo, o curió. A fêmea põe de 2 a 3 ovos, de coloração clara que logo aos 4 dias de choco já se percebe se estão galados, estes ficando com um tom azulados. O choco do tiziu ao contrário do que muita gente pensa e de algumas literaturas, não duram 12 dias. Aqui, no criatório, os filhotes eclodem os ovos entre 9 a 10 dias de choco” afirma Paulo Donin, a postura ocorre geralmente 2 dias após uma gala.

 

REPRODUÇÃO

A reprodução em cativeiro, não se difere muito de outras espécies habitualmente criadas, a reprodução é algo relativamente fácil sendo que com todas outras criações precisam de certo manejo e cuidado.

Um aspecto que devemos levar em consideração é o fato de o tiziu ser extremamente territorialista em época de reprodução, algumas gêmeas a seu lado quando estão chocando não aceira, de bom grado a presença de outra fêmea a seu lado quando estão chocando, pro vezes saem do ninho “pistando para expulsar a outra de seu território, podendo até quebrar ou abandonar os ovos, neste caso colocamos o macho a seu lado, até firmarem o choco.

 

FILHOTES

Quando nascem os filhotes, devemos ter certos cuidados. Logo após nascer, devemos oferecer as fêmeas larvas e farinhadas que devem ser de preferências peneiradas, muitas fêmeas comem jiló, milho verde, tiririca e não pode faltar a tradicional mistura de sementes. No bebedouro, devemos associar um poli vitamínico, esse medicamento devera ser oferecido até o dia em que o filhote abandonar o ninho, fato que ocorre entre 9 e 10 dias de vida. A fêmeas deitada no ninho junto aos filhotes até 5 a 6 dias. Devemos ter cuidado com o anilhamento, que deve ocorrer no terceiro dia, no máximo o quarto dia de vida, as anilhas possuem diâmetro de 2.0mm, sendo assim não entra na pata após o 5º dia. São animais que interagem muita quantidade de areia, carvão mineral, grit, entre outras. 

 

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Projeto Arara Azul

Em novembro de 1989, Neiva Guedes viu um bando de araras azuis Anodorhynchus hyacinthinus no Pantanal durante a prática de campo do curso de Conservação da Natureza, para técnicos do IBAMA, EMBRAPA e SEMA-MS. Neiva achou a cena linda (cerca de 30 araras-azuis pousadas num galho seco) e quando soube que a ave estava ameaçada de extinção e que estava desaparecendo rapidamente, decidiu fazer algo para que isso não acontecesse e pensou que outras pessoas deveriam conhecer as araras azuis em seu hábitat natural. O fato se transformou em um marco em sua vida: a luta pela conservação da arara azul, dando início ao Projeto Arara Azul. Desde então ela dedica sua vida para a conservação desta ave no Pantanal brasileiro.

Em 1987 a arara-azul Anodorhynchus hyacinthinus tinha uma população estimada de 2500 indivíduos na natureza, sendo que apenas 1500 eram citadas para todo o Pantanal. Encontrava-se ameaçada de extinção, devido ao tráfico, descaracterização do ambiente e coleta de penas pelos indígenas. Havia relatos de avistamento na natureza, mas poucas informações sobre a biologia e história de vida da espécie. 

Atualmente, existem duas bases de campo do Projeto Arara Azul: no Refúgio Ecológico Caiman no Pantanal de Miranda e na Pousada Araraúna, no Pantanal de Aquidauana. Nas duas bases os hóspedes podem conhecer as atividades do Projeto, através do Centro de Visitantes, realizar o turismo de observação e colaborar com a pesquisa, adquirindo produtos exclusivos do projeto. 

Desde o início o Projeto contou com a parceria do Laboratório de Genética Molecular de Aves da USP, coordenado pelas Drª Anita Wanjtal e Drª Cristina Yumi Miyaki, que realizam sexagem e análise de DNA das aves, trabalhos estes que já geraram várias dissertações de mestrado e doutorado, bem como inúmeras publicações de artigos científicos.  

O Projeto procurou buscar o envolvimento dos peões e fazendeiros do Pantanal. Além das visitas no campo, entrevistas realizadas pela bióloga Elisa Mense constataram que o rádio era o principal meio de comunicação na região, por isso, mensagens educativas do Projeto foram inseridas num programa de rádio de maior audiência no Pantanal. A população local passou a ser um dos maiores parceiros do Projeto Arara Azul, sendo este um dos principais motivos de sucesso do Projeto e da conservação das araras para a biodiversidade do Pantanal. 

Desde o início do Projeto centenas de palestras são proferidas, bem como visitas e reuniões com a comunidade pantaneira. Com objetivo de valorizar a cultura local e propiciar uma alternativa de renda, em 1993 foram iniciadas as oficinas de canto, dança e arte com as crianças pantaneiras na Caiman. Muitos trabalhos foram publicados em revistas e artigos científicos, bem como foram realizadas inúmeras divulgações, em diferentes mídias nacionais e internacionais para a população em geral.

 

 

 

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