Aliado ao exercício uma boa alimentação também é fundamental. Precisa ser balanceada, bem variada, respeitando os hábitos alimentares da espécie. O descanso também é fundamental às vésperas dos torneios para que o Trinca chegue com toda sua força e vontade na competição. Contudo, notamos a excelência do exercício que a ave faz na gaiola avoadeira, com voos longos sempre em um alinhamento horizontal. Esse exercício fortalece a musculatura do peito, dorso, asas e, como dissemos, a capacidade de oxigenação é aumentada significativamente com essa gama de atividades, mas uma musculatura específica dificilmente é lembrada, a das pernas. Pode notar que em uma roda, os movimentos mais constantes de um trica quando parado no poleiro, fica cantando e movimentando o corpo para cima e para baixo, agachando e levantando e, nesse momento, a principal musculatura exigida é a das pernas. Sem contar que normalmente a ave, viaja, muitas vezes, centenas até milhares de quilômetros e a viagem também faz com que ave canse suas pernas para se equilibrar com os movimentos normais do carro nas curvas, freadas e aceleradas, já chegando ao torneio com um grau de fadiga. Então sugerimos aqui que você comece a promover exercícios pra as pernas dos trincas e observe se suas performance nas rodas, vai melhorar ou não. Existem algumas formas para se fazer isso e vamos dar algumas dicas usadas por alguns criadores. A primeira e mais prática usada é a aplicada na própria gaiola avoadeira e compreende em substituir um poleiro rígido de extremidade por um elástico, conhecido por “tripa de mico” usado em farmácias pra amarrar o braço na aplicação de injeções. Deve ser amarrado no local indicado e com uma tensão média, pois assim quando o trinca pousar nele, com o balanço, será necessário agarrar com mais força. A repetição desses movimentos fortalecerá a musculatura das pernas do pupilo, pode ter certeza. A segunda tem o mesmo sentido e as substituição do poleiro fixo deve ser um poleiro móvel, preso no teto da gaiola por duas finas correntes, uma em cada extremidade. Isso também fará com que a ave ao pousar, com o balanço, também agarre com mais força, implicando o fortalecimento da musculatura. E por fim, mudar o sentido dos movimentos da ave, colocando-a em uma gaiola que promova o deslocamento no sentido vertical. Sugerimos nesse caso uma gaiola de uns 50 centímetros de largura por 1 metro de altura. Os poleiros devem ser posicionados um bem embaixo do outro, a cada 20cm. Com isso, seu pássaro para se deslocar de um poleiro ao outro, precisará primeiro olhar para cima e saltar, promovendo um excelente exercício para essa finalidade que aqui tratamos. A gaiola à que se refere esse exercício pode ser improvisada com uma avoadeira normal, retirados os fundos e cochos, poleiros reposicionados como explicamos. Todos os exercícios têm melhor efeito quando feitos expostos ao sol. Essa exposição deve ser gradativa e monitorada, sempre com água fresca e banheira disponível. A ave adora tomar banho exposta ao sol. Esperamos com esse artigo ter despertado em você, criador, a sua imaginação na desafiadora tarefa do homem condicionador a ave a fazer aquilo que ele gostaria que ela fizesse. Esse desafio é o que nos fascina, nos intriga. Queremos estar bem representados nas rodas pelos nossos pupilos, afinal a ave na competição é o reflexo de seu dono. |