Capri Online Nº 56

em 22 de Dezembro de 2020

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CHOQUINHA DE GARGANTA PINTADA

 

MYRMOTHERUTA GULARIS

Imagem sem descrição.

Características: Chama atenção pelo porte pequeno, tendo uma aparência arredondada, com a cabeça pouco destacada e a cauda muito curta. Além disso, a cor da plumagem é singular, marrom por cima e cinzenta por baixo, salientando-se a garganta de fundo preto – e salpicada por penas de pontas brancas, dando uma aparência de escamas. A asa, embora tendo as coberteiras da mesma cor do dorso, revela um padrão especial, formado por uma larga mancha preta, ladeada por duas outras faixas marrom-claras, o que é muito perceptível quando a ave é vista por cima. O bico, de cor negra, destoa no formato diminuto do corpo, pois é longo e fino. As pernas, por sua vez, são azuladas.

Endêmica da Mata Atlântica, ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul, desde a planície litorânea até os setores mais altos da Serra do Mar, eventualmente nos planaltos. Vive em ambientes florestais em bom estão de conservação, sempre nas proximidades de pequenos córregos, fator determinante para sua existência.

Geralmente é encontrada em casais, que se locomovem com pequenos saltos entre a ramagem baixa do sub-bosque, sempre perto do chão da floresta e notáveis pela grande agilidade, visto que pode empoleirar-se mesmo em finos ramos verticais. Possui território bem definido, marcado pelo seu canto forte repetitivo, formado por sete ou outo notas ásperas e algo decrescentes (“ti-tuí-tuí- tuí”). Nesse momento, olha para cima e canta, ressaltando seu formato redondo, ao tempo em que move a cauda muito rapidamente para os lados. Também se percebem claramente as pintas da garganta, que mudam de aparência conforme a área é inflada, parecendo um pisca-pisca branco. Permite grande aproximação do observador, mas costuma se esconder com perícia, na vegetação densa. Caso se julgue ameaçada, voa por curtas distâncias, mostrando as manchas pintalgadas das asas, destacadas sobre a plumagem castanha das costas. Nesse momento, irá repetir o grito de alarme, um metálico e agudo piado, com três ou mais sílabas (“tidit” ou “tidi-dit”). Alimenta-se de insetos, larvas e pequenos animais em geral, os quais são localizados durante suas incursões pela brenha.

Em forquilhas, a pequena altura, constrói uma tigela pouco profunda de fibras vegetais diversas, sempre finas e delicadas, margeadas por folhas maiores e musgos. Põe dois ovos rosados, pintalgados marrom. Passados quinze dias, nascem os filhotes que são alimentados pelo casal e ali permanecerão por mais duas semanas até estarem aptos à vida independente.

 

 

Fonte: Pássaros, Edição: 139

 
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Dois Reis da Camuflagem das paisagens Brasileiras,

Urutau-Grande (Nyctibius grandis) e o Urutau (Nyctibius griséus).

Foto: https://www.midiamax.com.br/

A camuflagem é definida como qualquer coisa que sirva para disfarçar, sendo o termo utilizado na ecologia como característica em que qualquer organismo possui para se confundir no meio em que vive.

Entre as 1919 espécies de aves registradas atualmente para o Brasil (Piacentini et al. 2015), algumas utilizam desta artimanha para sobreviverem, e entre estas espécies estão alocadas as aves urubatu e o Urutau.

São aves noturnas restritas às regiões mais quentes do novo mundo, e fazem parte de um grupo bem definido, constituído de apenas um gênero, e estão entre as criaturas mais bizarras deste continente.

Insetívoros, caçam grandes mariposas e besouros. Nunca pousam no solo e permanecem eretos quando pousam em tocos e galhos, e quanto são perturbados durante o dia esticam-se mais ainda e levantam a cabeça até o bico dirigir-se verticalmente para cima e a cauda tocar no poleiro, isto enquanto a ave observa o perigo através das fendas nas pálpebras  (“olho-mágico”), assim, se confundindo com uma ponta de galho seco, e ou como prolongamento de uma folha quebrada de palmeira ou estaca.

O urutau-grande, possui 54cm, envergadura de 1m, e peso entre 360g e 600g. Sua coloração se assemelha a do urutal, porém, apresentam-se tons esbranquiçados em sua plumagem e íris parda. Gosta de pousar em árvores de copas altas e de cascas brancas a qual se assemelha com sua veste branca, e ocorre localmente do México e da Guatemala a Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro.

O urutau, é a espécie mais comum deste grupo, possuindo 37cm de comprimento, 85cm de envergadura e peso entre 159g e 187g, bem menor que a espécie anteriormente mencionada.

Sua coloração é variável, mas marrom, ou mais cinzento e peito com desenho negro compacto. Íris amarela-âmbar, possui canto melancólico, e habita orla de mata, paisagens meio abertas, com palmeiras e outras árvores esparsas, Cerrado e mesmo dentro de cidades, e são ocorrentes da Costa Rica à Bolívia, Argentina e Uruguai e em todo Brasil.

A voz do Urutau é uma das mais impressionantes dentre as aves deste país, segundo Sick (1977), lembrando um lamento humano, desta forma, prende-se ao seu canto várias lendas indígenas. Para os povos tradicionais da Amazônia, as rêmiges e retrizes do urutau teriam o atributo de proteger a castidade das meninas, para tanto, a mãe varre debaixo das redes das filhas com uma vassoura produzidas a partir destas penas.

Sem nenhuma dúvida estas duas aves são um tesouro entre as espécies ocorrentes no Brasil, pois, além de bizarras são ao mesmo tempo encantadoras, diferentes, únicas e merecem toda a nossa atenção em ações preservacionistas, pois, são dependentes das florestas e vegetação nativas que ainda persistem, onde estas aves tiram seu alimento, aproveitando a incrível abundância de insetos noturnos das regiões de florestas neotropicais, onde para eles possui uma fonte alimentar inesgotável, e áreas ideais para sua reprodução.

 

Fonte: Pássaros, Edição: 139

 

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